Se você não assistiu "Batman - O Cavaleiro das Trevas" saiba que está dentro de uma minoria ameaçada de extinção. A bilheteria vai muitíssimo bem obrigado e dando sinais de ultrapassar a de “Titanic”. Boa parte da culpa disso é a vontade do pessoal em ver o ator Heath Ledger em seu último papel – ele morreu em janeiro.
Ledger interpreta, e muito bem, o vilão Coringa. Tem gente por aí dizendo que melhor que o Jack Nicholson, mas não dá pra comparar. O Coringa do "Batman", de 1989, é outro. Ele é mais cômico, mais seguro e mais caricato.
O Coringa do filme de Christopher Nolan, o de Heath Ledger, é bem mais psicótico. Ele surta como se a violência e o terror fossem as respostas mais imediatas ao bom-mocismo fajuto, ao heroísmo oportunista e a todos os truques que sustentam o sistema corrupto, excludente e repressor que reina em Gotham City – e por outros lugares fora da tela também.
O vilão se vitimiza contando versões para suas cicatrizes no rosto. A história da violência paterna, em uma família disfuncional, é usada como justificativa para sua fúria, desesperança e ação suicida de destruir tudo a sua volta. Ele vive no gueto, na marginalidade, não tem amigos, não tem amantes e nem capangas.
"Why so serious?" (por que você está tão sério?), repetida pelo Coringa como a pergunta perversa de seu pai antes de mutilá-lo, já é uma das frases do ano e estampa camisetas, pôsteres, nicks de MSN e perfis de Orkut. Antes de ver o filme achei isso estranho. Como ver um filme de herói e sair amando o vilão? É que Coringa não é tão categórico assim e o filme não é de herói. Batman e Coringa fazem um filme sobre a dicotomia das ações e dos desejos das pessoas, mostrando como todo mundo é igual diante de certos sentimentos.
Para ouvir depois de ler: The Hives - Tick-Tick-Boom
Ledger interpreta, e muito bem, o vilão Coringa. Tem gente por aí dizendo que melhor que o Jack Nicholson, mas não dá pra comparar. O Coringa do "Batman", de 1989, é outro. Ele é mais cômico, mais seguro e mais caricato.
O Coringa do filme de Christopher Nolan, o de Heath Ledger, é bem mais psicótico. Ele surta como se a violência e o terror fossem as respostas mais imediatas ao bom-mocismo fajuto, ao heroísmo oportunista e a todos os truques que sustentam o sistema corrupto, excludente e repressor que reina em Gotham City – e por outros lugares fora da tela também.
O vilão se vitimiza contando versões para suas cicatrizes no rosto. A história da violência paterna, em uma família disfuncional, é usada como justificativa para sua fúria, desesperança e ação suicida de destruir tudo a sua volta. Ele vive no gueto, na marginalidade, não tem amigos, não tem amantes e nem capangas.
"Why so serious?" (por que você está tão sério?), repetida pelo Coringa como a pergunta perversa de seu pai antes de mutilá-lo, já é uma das frases do ano e estampa camisetas, pôsteres, nicks de MSN e perfis de Orkut. Antes de ver o filme achei isso estranho. Como ver um filme de herói e sair amando o vilão? É que Coringa não é tão categórico assim e o filme não é de herói. Batman e Coringa fazem um filme sobre a dicotomia das ações e dos desejos das pessoas, mostrando como todo mundo é igual diante de certos sentimentos.
Para ouvir depois de ler: The Hives - Tick-Tick-Boom