Fiz 20 anos na semana que passou. Vinte. É incrível o tanto de coisa que já fiz e já passou por mim. É aliviante ver as coisas que quis e tive como fazer e não fiz. É patético lembrar de certas coisas, nostálgico de outras. Eu me sinto totalmente livre e, ao mesmo tempo, completamente atolado de planos. E certos planos são armadilhas. Mas apesar de todo o inferno (astral) que passei e passou, apesar das decepções e choros, dos tapas e socos e dores, também houve música, e amores, e cócegas e cicatrizações.
domingo, 25 de novembro de 2007
Saldo
Fiz 20 anos na semana que passou. Vinte. É incrível o tanto de coisa que já fiz e já passou por mim. É aliviante ver as coisas que quis e tive como fazer e não fiz. É patético lembrar de certas coisas, nostálgico de outras. Eu me sinto totalmente livre e, ao mesmo tempo, completamente atolado de planos. E certos planos são armadilhas. Mas apesar de todo o inferno (astral) que passei e passou, apesar das decepções e choros, dos tapas e socos e dores, também houve música, e amores, e cócegas e cicatrizações.
domingo, 18 de novembro de 2007
Já está escutando os sinos natalinos?
Funciona assim: o ano para eles começa no final de dezembro, pós-Natal, quando chega o carregamento de roupas brancas, taças de champagne e cartazes com o ano seguinte escrito e estampado em letras brilhantes. Isso vai até o dia 2 de janeiro, quando a decoração de Reveillon dá lugar à decoração de Carnaval. Essa, por sua vez, dura bastante: acaba só lá por março. Máscaras de bailes antigos e confete em todas as vitrines desse meu Brasil.
Aí chegam os ovos de Páscoa de todos os tipo. E fica todo mundo morrendo de claustrofobia nas Lojas Americanas escolhendo qual vai querer e se decepcionando com o que ganha. Mas nem bem o coelhinho passou e já é substituído por tudo o que é relacionado com mães. Daí dá-lhe rosas vermelhas enfeitando as vitrines, juntamente com a palavra “Mãe” escrita em letras bem bregas, itálicas e com glitter.
Mamãe nem bem abriu o presente e tudo vira decoração de namorados. Corações bregas, ursinhos de pelúcia bregas e lingeries provocantes bregas tomam conta dos estabelecimentos. Dia dos Namorados é de longe a data mais comercial na minha opinião.
Passou o 12 de junho, é a vez do papai. Gravatas, maletas e, óbvio, a palavra “Pai” escrita em letras bem bregas. Logo depois vem o dia das crianças e as propagandas incrivelmente toscas da Brinkel que divide sua compra em até oito – sim, eu disse oito – vezes sem juros.
Por isso, enquanto os pais ainda estão devendo, aparece um panetone aqui, um pinheirinho ali, uma música da Simone acolá e mal você se dá conta de que o Natal chegou – e ainda estamos em outubro. Então, dá-lhe a overdose até o dia 26 de dezembro quando, como vimos anteriormente, começa o ano novo na cabeça dos lojistas.
A lei dos pisca-piscas funciona ao contrário: podem falhar, mas nunca tardam.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Os Strokes já têm 8 anos.
A bateria é boa: Acho que muita gente concorda quando digo que uma das coisas mais marcantes das músicas dos Strokes é a bateria. As batidas são rápidas e agradáveis. Sem contar que Fabrizio Moretti é um dos caras mais bonitos que já passou por esse planeta. Deusquebenza.
sábado, 10 de novembro de 2007
"Friends" em comum
Monica teve um curto relacionamento com um homem chamado Richard. Não durou muito, mas foi intenso. Quando ela o confronta sobre questões do futuro e vê hesitação em sua fala e em seus olhos, desiste. Era necessário parar de se ver para que pudessem esquecer – um o outro.
Eles param de se ver, mas não de se gostar. Monica não consegue pensar em mais nada. Não dorme bem, não acorda bem. Ouve as músicas dos dois, lê os livros dele, assiste seus programas de TV favoritos e tem a impressão de vê-lo em toda e qualquer rua por qual passa. A pior sensação é a de não saber a resposta pras seguintes questões: ele se importou? Ele também está triste? Ele também sente falta de conversar comigo?
Até que uma visita surpresa de seu pai muda tudo. Ela pergunta o motivo de uma inesperada visita à filha e ele diz que queria saber se ela estava bem. Ele tinha visto Richard. E, caramba, ele estava acabado, miserável, morrendo de saudades dela. Segundos depois de ouvir isso, Monica consegue finalmente pegar no sono. Seu pai a cobre e vai ver TV.
“Friends” é definitivamente a melhor comédia de todos os tempos pois ultrapassa limites em todos os sentidos – inclusive o de gênero. O episódio acima pode parecer sádico ou cruel, mas é reconfortante. Saber que o outro também sofre dá a impressão que a sua dor não foi em vão. E é disso que sinto falta: retorno.
Para ouvir depois de ler: Let’s Talk About Spaceships – Say Hi To Your Mom
domingo, 4 de novembro de 2007
Legalizar é o começo ou o fim?
Nesses meus 19 anos já fui a lugares onde poderia ter escolhido qualquer coisa pra usar. Foram inúmeras possibilidades de experimentar alguns dos poucos tipos de drogas que conheço. Aliás, se há alguma ignorância de que me orgulho é a de não ter usado nenhuma na minha vida. Não é uma experiência que quero ter. Não por me opor em termos morais – conheço muita gente que usa, usou e tals – mas não é pra mim.
Tem uma cena que um policial atira em um traficante e pergunta para um estudante que está no morro quem o matou. Depois de insistirem numa resposta o cara olha para os policiais e diz “Sei lá, um de vocês”. E ele responde: “‘Um de vocês’ o caralho! Foi você! Você que financia o tráfico!”.
Achei isso poderoso pois, de uma forma ou de outra, é verdade. Sempre me vi tentando ser neutro mas não dá mais. É preciso que o usuário também entenda a responsabilidade dele na engrenagem toda. Se há tráfico, violência, assaltos e et ceteras, é porque existem compradores, não? Não consigo mais fingir entender ou não me chatear com pessoas usando uma blusa da Zoomp com estampa de cannabis...
“Quantas crianças vamos perder pro tráfico pra que o playboy possa fumar um baseado?”