Eu sinto que ultimamente tenho compartilhado mais de mim. De certa forma, eu realmente sentia que era minha responsabilidade contribuir e ajudar e poder servir tudo que fosse possível às minhas próprias custas – mas pelos motivos errados. Agora eu enxergo os certos e verbalizo o que quero sempre que posso. Isso não me dá o que quero, mas uma sensação de ter tentado.
Uma parte da minha já antiga e decadente “seriedade” aconteceu pois eu me sentia mesmo sério e responsável. Mas outra parte era apenas a minha eterna oposição ao patriarquismo – e não só por causa da minha infância. Então, eu queria desesperadamente ser visto como alguém a ser levado a sério e tinha vergonha das minhas ignorâncias.
Claro que essa coisa da veleidade e da revolta ainda existem, mas eu escolhi tentar ser mais arredondado culturalmente para mostrar que minha masculinidade e meu poder não se perderam se eu estou sendo confuso ou vulnerável, engraçado, nojento... Pois há lugar para todas essas coisas. E eu venho tentado fazer o que eu prego e tentado parar de pregar e voltar a ser sem-vergonha: no sentido de abraçar e incluir e aceitar todas as partes de mim.
E eu ainda tenho os mesmos sonhos e medos. Medo de esquecer quem eu sou nos relacionamentos com as outras pessoas e me vender por pouco. De estar no meu leito de morte achando que não vivi, pois sempre estive pensando no futuro. Mas eu parei de igualar morrer com terminar. E continuo sonhando com leveza e equilíbrio. Em me lisonjear com alguém que se fascina por mim.
Pois a gente é rude quando é jovem e secretamente se acha inútil. E eu me achava inútil ainda, quando não estava sendo produtivo, pró-ativo e contra-fóbico. Mas nada é tão precioso, sabe? As coisas são sagradas, eu vejo Deus em tudo, mas a preciosidade que eu dava a certas coisas vinha do medo. Mas o maior problema sempre é aprender como lidar com as âncoras que tenho em mãos. Elas me deixam firme mas podem me fazer afundar. Não sei se as solto por completo ou se as recolho e saio navegando sem rumo.
*Texto escrito em novembro de 2006
Uma parte da minha já antiga e decadente “seriedade” aconteceu pois eu me sentia mesmo sério e responsável. Mas outra parte era apenas a minha eterna oposição ao patriarquismo – e não só por causa da minha infância. Então, eu queria desesperadamente ser visto como alguém a ser levado a sério e tinha vergonha das minhas ignorâncias.
Claro que essa coisa da veleidade e da revolta ainda existem, mas eu escolhi tentar ser mais arredondado culturalmente para mostrar que minha masculinidade e meu poder não se perderam se eu estou sendo confuso ou vulnerável, engraçado, nojento... Pois há lugar para todas essas coisas. E eu venho tentado fazer o que eu prego e tentado parar de pregar e voltar a ser sem-vergonha: no sentido de abraçar e incluir e aceitar todas as partes de mim.
E eu ainda tenho os mesmos sonhos e medos. Medo de esquecer quem eu sou nos relacionamentos com as outras pessoas e me vender por pouco. De estar no meu leito de morte achando que não vivi, pois sempre estive pensando no futuro. Mas eu parei de igualar morrer com terminar. E continuo sonhando com leveza e equilíbrio. Em me lisonjear com alguém que se fascina por mim.
Pois a gente é rude quando é jovem e secretamente se acha inútil. E eu me achava inútil ainda, quando não estava sendo produtivo, pró-ativo e contra-fóbico. Mas nada é tão precioso, sabe? As coisas são sagradas, eu vejo Deus em tudo, mas a preciosidade que eu dava a certas coisas vinha do medo. Mas o maior problema sempre é aprender como lidar com as âncoras que tenho em mãos. Elas me deixam firme mas podem me fazer afundar. Não sei se as solto por completo ou se as recolho e saio navegando sem rumo.
*Texto escrito em novembro de 2006
2 comentários:
gosto bastante do seu canto. e vou roubar essa imagem. beijo.
Achei lindo e poético seu texto... sem dúvida um grande você. Parabéns pelo que você é, e aqui transparece.
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