Mal se sentou na confeitaria e o telefone celular tocou. A conversa impediu que uma parte considerável do salgado folheado fosse comido, mas durou o mesmo tempo que levou para acabar com o copo, que tinha mais gelo que guaraná, inclusive.
Tinha saído para comprar presente de aniversário para um familiar e estava sentando para se recuperar de uma tarde vazia como aquela, olhando vitrine. O telefonema vinha de uma pessoa que lhe permitia três categorias de noite: 1 – sexo casual; 2 – uma festa badalada cheia de gente hype, 3 – as duas opções anteriores.
Enfiou seu pedido na boca, pagou e pegou um táxi em frente à loja de bebidas – não antes de comprar um champanhe. Mas ele estava triste e, claro, aquilo não ia acabar bem.
Eles conversaram sobre vários assuntos e ele insistia em falar de seu ex-namorado – para o total desgosto do outro, obviamente. Mas é que ele estava triste. Mais do que de costume. Eles terminaram do meio do nada. Um dia o cara fala que está apaixonado e chora ao ouvir que seu plano para daqui 2 anos envolve mudar de cidade. No outro, ele termina com você por um e-mail? Poucas pessoas perceberam como ele estava abatido, talvez nenhuma.
O champanhe já tinha acabado, mas ninguém estava bêbado. Viram TV, tiraram fotos, se masturbaram. Qualquer um podia perceber que o clima não era para sexo, então foram para uma festa.
Ninguém interessante naquele tanto de gente interessante. Enquanto um trocava de rodas de conversa o outro procurou um lugar confortável para ficar sentado entediado e emburrado com o cosmos. Foi interrompido por uma grande turma que continha amigos, desconhecidos e desafetos. Sorriu para todos e uma amiga sentou-se perto.
Ele deu um gole na cerveja e apontou para alguém que não conhecia longe. Disse sobre aquela pessoa e secretamente referindo-se a outra, que ainda não tinha entrado na história:
– Está vendo aquele ali? Tem uma vida perfeita. Estuda na faculdade federal, namora há não sei quantos meses com um moço que parece amar. Ele era só um moço comum, continua sendo, mas soube fazer amizade com quem importava. E mesmo que, no fundo, tenha fobias estúpidas, taras bizarras, desejos grotescos e chore desesperado por ajuda, vai ser tachado de simpático, inteligente e sensual para sempre. E jamais vai ter que se preocupar com coisa alguma enquanto tiver um baseado perto.
Fechou a boca, largou a cerveja e vomitou. E foi embora.
Tinha saído para comprar presente de aniversário para um familiar e estava sentando para se recuperar de uma tarde vazia como aquela, olhando vitrine. O telefonema vinha de uma pessoa que lhe permitia três categorias de noite: 1 – sexo casual; 2 – uma festa badalada cheia de gente hype, 3 – as duas opções anteriores.
Enfiou seu pedido na boca, pagou e pegou um táxi em frente à loja de bebidas – não antes de comprar um champanhe. Mas ele estava triste e, claro, aquilo não ia acabar bem.
Eles conversaram sobre vários assuntos e ele insistia em falar de seu ex-namorado – para o total desgosto do outro, obviamente. Mas é que ele estava triste. Mais do que de costume. Eles terminaram do meio do nada. Um dia o cara fala que está apaixonado e chora ao ouvir que seu plano para daqui 2 anos envolve mudar de cidade. No outro, ele termina com você por um e-mail? Poucas pessoas perceberam como ele estava abatido, talvez nenhuma.
O champanhe já tinha acabado, mas ninguém estava bêbado. Viram TV, tiraram fotos, se masturbaram. Qualquer um podia perceber que o clima não era para sexo, então foram para uma festa.
Ninguém interessante naquele tanto de gente interessante. Enquanto um trocava de rodas de conversa o outro procurou um lugar confortável para ficar sentado entediado e emburrado com o cosmos. Foi interrompido por uma grande turma que continha amigos, desconhecidos e desafetos. Sorriu para todos e uma amiga sentou-se perto.
Ele deu um gole na cerveja e apontou para alguém que não conhecia longe. Disse sobre aquela pessoa e secretamente referindo-se a outra, que ainda não tinha entrado na história:
– Está vendo aquele ali? Tem uma vida perfeita. Estuda na faculdade federal, namora há não sei quantos meses com um moço que parece amar. Ele era só um moço comum, continua sendo, mas soube fazer amizade com quem importava. E mesmo que, no fundo, tenha fobias estúpidas, taras bizarras, desejos grotescos e chore desesperado por ajuda, vai ser tachado de simpático, inteligente e sensual para sempre. E jamais vai ter que se preocupar com coisa alguma enquanto tiver um baseado perto.
Fechou a boca, largou a cerveja e vomitou. E foi embora.
Para ouvir depois de ler: MGMT - Kids
3 comentários:
Nossa!nem tenho o que dizer...
Quer colo?
Been there...
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