Faltam 10 dias para o dia dos namorados e eu estou solteiro. Quer hora mais cruel para começar a assistir um box com todos os episódios de todas as temporadas de “Sex and the City”?
“Mas essa não é uma série sobre quatro amigas solteiras e independentes que só trepam sem parar e mostram que não precisam de homens?”, você me pergunta. Bom, não. Loucurinhas à parte, no final das contas, o bom mesmo é ter alguém do seu lado. Mas são fases. Todo mundo tem um momento na vida que quer ficar quieto e outro que quer sair catando geral.
Logo nos primeiros episódios me vi diante de uma questão que sempre presenciei, mas não tinha estudado direito: a guerra fria entre solteiros e casados. Em um momento vocês são amigas, mas basta uma começar a namorar que, diante do parceiro, você é uma concorrente em potencial. O que fazer? Bye bye, amiga. Afinal, amigas te ajudam a escolher bolsas, mas não tem uma barba por fazer para roçar no seu cangote.
Mas não me entendam errado. Esse tipo de fenômeno não acontece com freqüência – ou pelo menos não é descarado. Afinal, por que meus amigos teriam ciúmes de mim? Eu não represento ameaça nenhuma para eles – e na melhor das hipóteses, eu seria um bom padrinho de casamento.
Acontece que essa guerra é particularmente intensa no mundo gay. Por cima, diria que setenta por cento dos caras que se encontram em um relacionamento não tem vergonha de admitir - pelo menos a si mesmos - que aquele compromisso só é sério se ninguém mais interessante aparecer. É como uma vaga de emprego. Se vão te pagar melhor, por que não mudar? E mesmo se o salário for igual: se for algo mais prazeroso, eles estarão de saída.
Então a guerra fria rola em duas versões por aqui: solteiros versus casais e casais versus outros casais. Ninguém deixa de ser um trapaceador em potencial. É triste ou excitante? Pode escolher. Tudo que posso dizer nesse ponto é que é exaustivo. Cansa muito viver num mundo onde “ter alguém” quer dizer “não ter outra pessoa”. Perde-se tanto com isso! No final das contas, você teve todos – mas não tem ninguém.
Eu sei que estar “sozinho” é diferente de estar “solitário”, mas esse é um desses assuntos que não dá para desenvolver com basicamente ninguém – pois não quero contar aqui minha psicóloga nem minha cadela. Certos aspectos do meu estilo de vida não podem ser discutidos com quem está fora dele e, ironicamente, nem com quem está dentro.
Todos são muito diferentes e eu preciso categorizar as pessoas ao meu redor. Com um falo só sobre algumas coisas, com outros eu falo sobre outras. Funciona bem durante o dia, mas, de noite, não consigo sentir que estou sendo cem por cento eu diante de absolutamente ninguém – pois novamente não vou contar a psicóloga nem a cachorrinha.
Para ouvir depois de ler: Sick & Tired – The Cardigans
“Mas essa não é uma série sobre quatro amigas solteiras e independentes que só trepam sem parar e mostram que não precisam de homens?”, você me pergunta. Bom, não. Loucurinhas à parte, no final das contas, o bom mesmo é ter alguém do seu lado. Mas são fases. Todo mundo tem um momento na vida que quer ficar quieto e outro que quer sair catando geral.
Logo nos primeiros episódios me vi diante de uma questão que sempre presenciei, mas não tinha estudado direito: a guerra fria entre solteiros e casados. Em um momento vocês são amigas, mas basta uma começar a namorar que, diante do parceiro, você é uma concorrente em potencial. O que fazer? Bye bye, amiga. Afinal, amigas te ajudam a escolher bolsas, mas não tem uma barba por fazer para roçar no seu cangote.
Mas não me entendam errado. Esse tipo de fenômeno não acontece com freqüência – ou pelo menos não é descarado. Afinal, por que meus amigos teriam ciúmes de mim? Eu não represento ameaça nenhuma para eles – e na melhor das hipóteses, eu seria um bom padrinho de casamento.
Acontece que essa guerra é particularmente intensa no mundo gay. Por cima, diria que setenta por cento dos caras que se encontram em um relacionamento não tem vergonha de admitir - pelo menos a si mesmos - que aquele compromisso só é sério se ninguém mais interessante aparecer. É como uma vaga de emprego. Se vão te pagar melhor, por que não mudar? E mesmo se o salário for igual: se for algo mais prazeroso, eles estarão de saída.
Então a guerra fria rola em duas versões por aqui: solteiros versus casais e casais versus outros casais. Ninguém deixa de ser um trapaceador em potencial. É triste ou excitante? Pode escolher. Tudo que posso dizer nesse ponto é que é exaustivo. Cansa muito viver num mundo onde “ter alguém” quer dizer “não ter outra pessoa”. Perde-se tanto com isso! No final das contas, você teve todos – mas não tem ninguém.
Eu sei que estar “sozinho” é diferente de estar “solitário”, mas esse é um desses assuntos que não dá para desenvolver com basicamente ninguém – pois não quero contar aqui minha psicóloga nem minha cadela. Certos aspectos do meu estilo de vida não podem ser discutidos com quem está fora dele e, ironicamente, nem com quem está dentro.
Todos são muito diferentes e eu preciso categorizar as pessoas ao meu redor. Com um falo só sobre algumas coisas, com outros eu falo sobre outras. Funciona bem durante o dia, mas, de noite, não consigo sentir que estou sendo cem por cento eu diante de absolutamente ninguém – pois novamente não vou contar a psicóloga nem a cachorrinha.
Para ouvir depois de ler: Sick & Tired – The Cardigans
2 comentários:
Acabo de 'perder' um amigo nesse mesmo 'sex and the city' way. Acho podre. Meldeols, ou será só ciúmes? Achoq não.
Ei Gabriel; tu me não conhece-gostei do teu blog, assim como de tuas idéias; moro numa cidade tão horrível q apelido-a de spingfield, tu sabe, spring não cabe nela, o nome real é são josé dos campos.
Abraços;
ps: minha tatoo é horrível...rarara
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