Entre os vários textos que a Folha de S. Paulo divulgou em relação ao filme que conta a vida do presidente do Brasil, está um do político César Benjamin, que hoje é editor da Editora Contraponto e colunista da Folha.
Ele escreveu um longo depoimento em que narra todos os horrores que sofreu na cadeia, preso que foi aos 17 anos. Depois de narrar ter sido, por exemplo, entregue na cela para “ser usado” pelos outros presos – e que isso acabou não acontecendo – interrompe sua memória longínqua e pula para 1994, quando integrava a equipe que cuidava da campanha eleitoral de Lula na TV:
Na mesa, estávamos eu, o americano [um publicitário importado pelos petistas] ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci. Lula puxou conversa: “Você esteve preso, não é Cesinha?” “Estive.” “Quanto tempo?” “Alguns anos…”, desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: “Eu não agüentaria. Não vivo sem boceta”.
Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de “menino do MEP”, em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do “menino”, que frustrara a investida com cotoveladas e socos.
(...) O homem que me disse que o atacou é hoje presidente da República. É conciliador e, dizem, faz um bom governo. Ganhou projeção internacional. Afastei-me dele depois daquela conversa na produtora de televisão, mas desejo-lhe sorte, pelo bem do nosso país. Espero que tenha melhorado com o passar dos anos.
Mesmo assim, não pretendo assistir a “O Filho do Brasil”, que exala o mau cheiro das mistificações. Li nos jornais que o filme mostra cenas dos 30 dias em que Lula esteve detido e lembrei das passagens que registrei neste texto, que está além da política. Não pretende acusar, rotular ou julgar, mas refletir sobre a complexidade da condição humana, justamente o que um filme assim, a serviço do culto à personalidade, tenta esconder.
É bem verdade a opinião dele sobre o filme. Não assisti, mas aposto mesmo que nada de ruim no caráter dele foi retratado nesse filme, como bem acontece em muita cinebiografia por aí.
Já sobre a história da reunião... Essas palavras me reviraram o estômago ontem, quando li o texto. Não entendo de política o suficiente para criticar o governo, mas sim o governante, como pessoa. E, nesse assunto, posso dizer que Lula é uma besta, no sentido bíblico mesmo. Pode ser que alguns projetos sociais de sua aba sejam bons, mas é fato que ele sustenta um sistema corrupto, corruptor e alimenta-o. Essas características eu consigo enxergar com muita claridade por detrás desses meus olhos míopes.
Qualquer discursinho de improviso dele é suficiente para concluir que temos atrás do microfone um malandro de um tipo muito comum em feiras de peças de carro usadas. O Lula é um assombro sem precedentes de absoluta canalhice, um boneco na frente de um colegiado que toma decisões – isso todos sabemos. E o que me chama a atenção é mesmo essa composição de forças que o levaram até lá. Como nos livraremos desta gente?
Para ler depois de ler: Nunca Antes na História Desse País - Marcelo Tas
Ele escreveu um longo depoimento em que narra todos os horrores que sofreu na cadeia, preso que foi aos 17 anos. Depois de narrar ter sido, por exemplo, entregue na cela para “ser usado” pelos outros presos – e que isso acabou não acontecendo – interrompe sua memória longínqua e pula para 1994, quando integrava a equipe que cuidava da campanha eleitoral de Lula na TV:
Na mesa, estávamos eu, o americano [um publicitário importado pelos petistas] ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci. Lula puxou conversa: “Você esteve preso, não é Cesinha?” “Estive.” “Quanto tempo?” “Alguns anos…”, desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: “Eu não agüentaria. Não vivo sem boceta”.
Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de “menino do MEP”, em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do “menino”, que frustrara a investida com cotoveladas e socos.
(...) O homem que me disse que o atacou é hoje presidente da República. É conciliador e, dizem, faz um bom governo. Ganhou projeção internacional. Afastei-me dele depois daquela conversa na produtora de televisão, mas desejo-lhe sorte, pelo bem do nosso país. Espero que tenha melhorado com o passar dos anos.
Mesmo assim, não pretendo assistir a “O Filho do Brasil”, que exala o mau cheiro das mistificações. Li nos jornais que o filme mostra cenas dos 30 dias em que Lula esteve detido e lembrei das passagens que registrei neste texto, que está além da política. Não pretende acusar, rotular ou julgar, mas refletir sobre a complexidade da condição humana, justamente o que um filme assim, a serviço do culto à personalidade, tenta esconder.
É bem verdade a opinião dele sobre o filme. Não assisti, mas aposto mesmo que nada de ruim no caráter dele foi retratado nesse filme, como bem acontece em muita cinebiografia por aí.
Já sobre a história da reunião... Essas palavras me reviraram o estômago ontem, quando li o texto. Não entendo de política o suficiente para criticar o governo, mas sim o governante, como pessoa. E, nesse assunto, posso dizer que Lula é uma besta, no sentido bíblico mesmo. Pode ser que alguns projetos sociais de sua aba sejam bons, mas é fato que ele sustenta um sistema corrupto, corruptor e alimenta-o. Essas características eu consigo enxergar com muita claridade por detrás desses meus olhos míopes.
Qualquer discursinho de improviso dele é suficiente para concluir que temos atrás do microfone um malandro de um tipo muito comum em feiras de peças de carro usadas. O Lula é um assombro sem precedentes de absoluta canalhice, um boneco na frente de um colegiado que toma decisões – isso todos sabemos. E o que me chama a atenção é mesmo essa composição de forças que o levaram até lá. Como nos livraremos desta gente?
Para ler depois de ler: Nunca Antes na História Desse País - Marcelo Tas