domingo, 27 de junho de 2010

"Kick-Ass" kick ass!

Nunca fui fã de quadrinhos por motivos que não vem ao caso. Mas nunca escondi meu gosto por filmes de super-herói. Não sei se fui eu que cresci ou se os produtores que perderam a cabeça, mas produções como “Hulk” e “Transformers” não me chamavam atenção. São filmes muito afetados e, de tão irreais, não me causam interesse.

Não que “V de Vingança”, “Watchmen” ou “O Cavaleiro das Trevas” sejam realistas, mas são um pouco mais do que os filmes de super-heróis clássicos e talvez exatamente por isso me causem mais fascínio.

Quando fui assistir “Kick-Ass” só sabia que o filme tinha muita violência. Não tinha ideia nem da sinopse da produção. E foi uma agradável surpresa.

Na vontade de se tornar um herói na vida real, um adolescente arranja uma fantasia e sai por aí querendo combater o crime. Mesmo desengonçado na missão, ele inspira um pai e sua filha, ambos muito mais bem treinados, a fazerem o mesmo e acabam numa acirrada briga com os chefes do tráfico de cocaína em Nova York.

Dirigido por Matthew Vaughn – produtor dos filmões de ação de Guy Ritchie – “Kick-Ass” mistura violência e sangue, muito sangue, com comédia e romance. Mas ele não peca em nenhum aspecto. Não há piada sem graça, cena de luta mal feita e nem romance fácil. A visão feita do mundo adolescente americano tem seus elementos universais e o público – especialmente o masculino – vai morrer de rir com os contratempos do protagonista.

E que protagonista! Além de Aaron Johnson ser lindo, ele é engraçado, competente, e suas primeiras cenas como herói são impagáveis. Chloe Moretz, a criança-adulta de “(500) Dias com Ela”, não cresceu, mas já apareceu roubando todas as cenas em que aparece – o filme é quase dela. Tem também Nicolas Cage, mas quase todo o elenco foge aos olhos dos mais velhos, por serem famosos em séries de TV - o que é uma boa estratégia de divulgação, diga-se de passagem.

Referências ao mundo adolescente de hoje não faltam. No meio das claras citações aos filmes e aos quadrinhos, os personagens lidam com MySpace, Facebook e YouTube, coisas normais na vida de todo mundo hoje, mas que insistem em não existir nos mundos fictícios – já reparou como em nenhum filme ou série as pessoas resolvem as coisas por e-mail ou conversam no MSN?

O filme é baseado numa HQ que nunca li, não posso comentar a adaptação. Mas como uma obra cinematográfica, é muito bom. A narrativa é rápida, mas sem atropelos, e duas horas passam voando, com perdão do trocadilho. É desses que verei mais algumas vezes, com certeza.

2 comentários:

Serginho Tavares disse...

depois desta dica pretendo conferir
parece ser mesmo muito bom

abração

João Henrique disse...

"With no power comes no responsibilities"