Acabei de assistir “Brüno”, nova comédia de Sasha Baron Cohen, ator também por trás de “Borat”, produção de 2006 indicada ao Oscar de melhor roteiro original.
O primeiro filme conta a jornada de um repórter do Cazaquistão aos Estados Unidos, mostrando as supostas diferenças culturais entre os dois lugares. Toda a produção tem um ar de “câmera escondida”, apenas registrando a reação das pessoas aos atos malucos do tal cazaque.
Novamente, o personagem principal dá título ao filme, mas Brüno é um repórter gay pra lá de caricato, especialista em moda. Austríaco, ele sai de seu país em busca de fama e se mete em inúmeras roubadas.
O que acontece é que ele não é famoso ainda e não pode sair ileso de excentricidades como falar mal de pessoas que não conhece, adotar africanos e ter a pretensão de acabar com a guerra no mundo. Ao encarnar um personagem como Brüno – que é superficial, afetado e incrivelmente burro – todos os alicerces da cultura norte-americana tem potencial para ser alvo de algum tipo de sátira, mesmo que não explicitamente.
O novo filme é muito mais incorreto que "Borat" e também muito mais ousado. Hilário ver Paula Abdul, por exemplo, falando que fazer trabalhos humanitários e ajudar outras pessoas “é como respirar o ar que respiro” ao mesmo tempo que usa um mexicano de quatro como poltrona. Impossível enumerar as cenas que mais ri, são muitas. Mas tenha uma atenção especial à viagem dele ao Oriente Médio, seus dias acampando e à música no final.
O principal erro é que, como em “Borat”, Cohen entra em um grupo – no caso, os gays – para provocar as pessoas ao redor, mas acaba satirizando o próprio grupo que se apropriou. Interromper uma passeata contra os direitos homossexuais vestido com roupas de sadomasoquismo é engraçado, mas de forma alguma contribui para qualquer tipo de tolerância, certo? O tiro sairia pela culatra se o objetivo fosse melhorar a aceitação dos gays na sociedade. Como não é o caso, o longa segue bem. Mas tem seus méritos no assunto quando, por exemplo, mostra quão ridícula é a fala de um pastor que, supostamente, “cura” gays.
Comédias desse tipo são especialmente engraçadas para mim, pois as pessoas ao redor acham que estão sendo acariciadas com risos, mas estão levando belas bofetadas na cara. A crítica aos costumes está lá e, no fim, você acha que a sociedade não tem solução mesmo. A intolerância e a ignorância estão enraizadas de uma forma muito profunda e você percebe que riu para não chorar. Mas pelo menos riu bastante.
O primeiro filme conta a jornada de um repórter do Cazaquistão aos Estados Unidos, mostrando as supostas diferenças culturais entre os dois lugares. Toda a produção tem um ar de “câmera escondida”, apenas registrando a reação das pessoas aos atos malucos do tal cazaque.
Novamente, o personagem principal dá título ao filme, mas Brüno é um repórter gay pra lá de caricato, especialista em moda. Austríaco, ele sai de seu país em busca de fama e se mete em inúmeras roubadas.
O que acontece é que ele não é famoso ainda e não pode sair ileso de excentricidades como falar mal de pessoas que não conhece, adotar africanos e ter a pretensão de acabar com a guerra no mundo. Ao encarnar um personagem como Brüno – que é superficial, afetado e incrivelmente burro – todos os alicerces da cultura norte-americana tem potencial para ser alvo de algum tipo de sátira, mesmo que não explicitamente.
O novo filme é muito mais incorreto que "Borat" e também muito mais ousado. Hilário ver Paula Abdul, por exemplo, falando que fazer trabalhos humanitários e ajudar outras pessoas “é como respirar o ar que respiro” ao mesmo tempo que usa um mexicano de quatro como poltrona. Impossível enumerar as cenas que mais ri, são muitas. Mas tenha uma atenção especial à viagem dele ao Oriente Médio, seus dias acampando e à música no final.
O principal erro é que, como em “Borat”, Cohen entra em um grupo – no caso, os gays – para provocar as pessoas ao redor, mas acaba satirizando o próprio grupo que se apropriou. Interromper uma passeata contra os direitos homossexuais vestido com roupas de sadomasoquismo é engraçado, mas de forma alguma contribui para qualquer tipo de tolerância, certo? O tiro sairia pela culatra se o objetivo fosse melhorar a aceitação dos gays na sociedade. Como não é o caso, o longa segue bem. Mas tem seus méritos no assunto quando, por exemplo, mostra quão ridícula é a fala de um pastor que, supostamente, “cura” gays.
Comédias desse tipo são especialmente engraçadas para mim, pois as pessoas ao redor acham que estão sendo acariciadas com risos, mas estão levando belas bofetadas na cara. A crítica aos costumes está lá e, no fim, você acha que a sociedade não tem solução mesmo. A intolerância e a ignorância estão enraizadas de uma forma muito profunda e você percebe que riu para não chorar. Mas pelo menos riu bastante.
2 comentários:
"(...)e você percebe que riu para não chorar. Mas pelo menos riu bastante."
E num é que é verdade? O post resumiu bastante o que eu senti sobre o filme, mas eu tenho adendo: muitas piadas forçadas e muitas piadas muito engraçadas.
Mas a melhor frase (ou observação) foi a sua na fila: "Percebe-se bem quem veio assistiu Brüno, né?"
Só reforçou a minha vontade de assistir!!! *-*
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