sábado, 11 de abril de 2009

Falar sério sobre “Crepúsculo”?

Acabai de alugar o primeiro filme da sensação “Crepúsculo”. É, não li os livros e não vi no cinema. Estou mais uma vez atrasado da modinha – isso está ficando recorrente, o que será que quer dizer? Amadureci? Quase que nem escrevo um texto sobre ele. Mas acho que algumas de minhas observações deviam ser escritas e qual o objetivo de escrevê-las se não o de publicar?

Uma jovem chamada Bella Swan muda de cidade e fica encucada com o ar misterioso de Edward Cullen, que estuda em sua escola. Com um tempo de convívio, uma paixão forte entre eles aparece no meio da revelação de uma curiosa característica do cara: ele é um vampiro e a garota acaba virando refém do segredo da existência dessas criaturas.

Dá pra resumir a história assim, mas claro que há muito mais do que isso – trata-se, inclusive, de uma trilogia de filmes. Todos eles baseados em livros da autora Stephanie Meyer. “Crepúsculo” é o primeiro da saga e arrecadou mais de 36 milhões de dólares em seu final de semana de estréia nos Estados Unidos.

Não quero e não vou entrar nos méritos do longa como sendo nada a não ser mais um filme de entretenimento. Ele não passa disso e muito se engana quem acha que isso é uma ofensa a ele. Ele é bem produzido, boa fotografia, bons efeitos especiais e o elenco é competente e esteticamente impecável.

Não vi muito filmes de vampiros na vida, mas achei interessante a abordagem das criaturas feitas aqui: nada de caixões ou dentes pontiagudos. O peso do segredo de fazer parte desse grupo é o que faz a história interessante para mim.

Mas, convenhamos, é mais um filme adolescente. Apesar do lado vampiresco (que teoricamente deveria abrir e organizar um arcabouço de informações, lendas e tradições), a história é muito simples e inocente. De fora ele até parece uma produção sombria, mas preste atenção nos valores presentes ali: um amor juvenil quase shakespeariano, quase sem contato físico algum e absurdamente idealizado (alguém aí achou sua alma-gêmea com 17 anos?). E, no meio de muitas cenas e enquadramentos feitos apenas para tirarem suspiros das menininhas, uma história de luta que não é necessariamente do bem contra o mal.

Algo errado com ele? Nada! Quanto mais contestador ele parecer, mais adolescentes em crise vão assistir. E quanto mais inocente ele for, mais os pais vão aprovar a febre. Se o filme é legal, não tem problema eu deixar meus filho gastar tubos de dinheiro com ele, certo? Sabia que uma pesquisa mostrou que a média de vezes que os adolescentes viram “O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel” no cinema foi de três vezes?

Era só isso que queria dizer. Não faz sentido torcer o nariz para “Crepúsculo”. Trata-se de um bom passatempo e de um longa que cumpre o que promete (entreter) e nada mais. Quem disse que todos os filmes do mundo precisam ser contestadores e cults?

Para ouvir depois de ler: Rockz - Tô Planejando

3 comentários:

Manu disse...

Só assim pra eu ter paciência de saber sobre o filme. Já vi 30 capas da Capricho e da Atrevida sobre isso e peguei pra ler, mas..ain...preguicinha, histeria. Que bom que vc já resumiu pra mim.Beijos

Jlia disse...

Viu, estou comentando no seu blog!


Um beijo.

João Damasio disse...

Concordo em gênero, número, grau, classificação linguística, entonação e definição de pensamento.