sábado, 25 de julho de 2009

Depressão pós-festa

O ditado diz que depois da tempestade o sol aparece. Mas as pessoas se esquecem que, especialmente em tempos de aquecimento global, o tempo muda o tempo todo e nada impede que uma nova tempestade apareça bem no dia seguinte ao mais ensolarado dos dias.

As opções de diversão em uma cidade são infinitas. Museus, cinemas, boates, festas, shows, peças e inúmeros restaurantes com tipos variados de cardápio. Belo Horizonte, por mais criticada que ela seja – mesmo por mim –, tem tudo isso. Quando precisa decidir o que fazer a noite, você é o centro do seu universo.

Meu universo de opções é variado – não direi infinito pois tenho 37 reais na minha conta corrente. Isso foi parte do motivo da minha idéia de programação para minha sexta: reunir amigos satélites para beber na minha casa. Afinal, além de quebrado, estou cansado de sair de casa. Sabe quando você está querendo fazer apenas coisas lights?

Mas a única coisa light ontem foi... bom, nada foi. Eu parei de contar as latas de cerveja na número 32 e juro que vi três grandes garrafas: duas de vodca e uma de um saquê com validade vencida há 3 anos.

Para afastar a ressaca na manhã seguinte, nada melhor do que varrer sua casa – atividade que não executava desde 1998 – e limpar o vômito de terceiros – atividade que eu nunca fiz e planejava seguir minha vida sem fazer.

Apesar da música e da companhia boa, dos muitos risos e da baita economia que fiz, não pude evitar ficar triste depois de tudo. E, para minha surpresa, não teve a ver com a limpeza da casa ou arrependimentos. Isso se chama depressão pós-festa.



Fé no otimismo

É estranho. Muitas das vezes que saio e me divirto e bebo e danço, não consigo evitar chegar em casa e ficar um pouco triste de ter chegado sozinho. Não que eu saia para arranjar alguém para trazer comigo. Na verdade, cada vez mais tenho a impressão do contrário. Eu não sinto falta de chegar em casa com alguém e sim de chegar em casa para alguém. Entende a diferença?

Um amigo está fazendo sexo casual regular com sua melhor amiga. Ele insiste em dizer que não namoram. Um dia, quando sua avó passou mal, ela telefonou para ele. E eu fiquei pensando: “Uau, eu não tenho para quem telefonar”.

Eu tenho amigos. Muitos. E eles são especiais para mim e eu ligaria para um deles. Eu me odeio um pouco por dizer isso, mas sinto falta de ter é essa pessoa importante do lado. Sinto-me idiota por deixar isso me abalar de uma forma que eu não consiga ver as coisas boas ao meu redor. E eu odeio o fato de que, como outros problemas, trata-se de algo que só vai sair da minha cabeça quando for resolvido. E está ficando cada vez mais complicado resolver.

As vezes eu estou insuportável de tão cheio de mim, outros dias estou tão desesperançoso que aceito o fato de que vou mesmo morrer sozinho e que devo me focar na minha carreira. Afinal, um pacote de ração para gatos é caro!

Então eu ficava oscilando entre essas duas pontas de raciocínio, pessimismo e otimismo, até achar um meio termo harmônico: As coisas sempre podem piorar. Mas, ei, elas sempre vão melhorar. E se alguém precisa acreditar em algo agora, sou eu nessa frase.

Para ouvir depois de ler: Maybe - Emma Bunton

3 comentários:

Dayane Costa disse...

[2] pra absolutamente tudo.

É isso. Tchau.

rafa r. disse...

olha vou te passar o número da minha terapeuta... BRIMKS

Iara De Dupont disse...

Legal o teu blog! Se puder me visite, http://sindromemm.blogspot.com