sábado, 19 de julho de 2008

Um Obama pra chamar de seu

Seria uma baita idiotice eu dizer que fiquei interessado em saber mais sobre Barack Obama pois descobri que ele ouve Rolling Stones? Ah, e também Earth, Wind & Fire, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Sheryl Crowe e Jay-Z. Claro que sair por aí falando que tipo de música você ouve é bom, te aproxima de quem tem um gosto parecido e, logo, o candidato democrata às eleições presidenciais dos Estados Unidos já tinha o apoio de vários músicos. “Músicos são mais inclinados à idéia de mudança”, disse o presidenciável à revista Rolling Stone desse mês.

As opiniões dele me chamaram bastante atenção. O apoio de músicos e o fato de ser negro levam a perguntas sobre as letras de rap e hip-hop. Barack é categórico ao afirmar que, por definição, o rock é a música da rebeldia. Se ele não for criticado, não está fazendo seu papel. Rappers são bons homens de negócios, mas é injusto culparem o estilo por destruir valores familiares sozinho.

Ele tem um plano de investimentos a longo prazo em combustíveis e geradores de energia alternativos que deverá reduzir a emissão de carbono dos Estados Unidos em 80% até 2050 se seguido à risca. Obama teve the fucking balls de basear sua campanha em questões ambientais e sociais. São os assuntos mais delicados de se tratar. “Durante o período em que os republicanos tinham a maioria no Congresso, as empresas petrolíferas literalmente escreviam a legislação energética e as empresas de medicamento as do setor”, disse. E quem viu “Fahrenheit 9/11” (Michael Moore, 2004) sabe que isso existe mesmo – é tudo uma grande jogo de interesse pessoal e há lobistas por todos os lados. “Estamos basicamente num governo New Deal em uma economia do século 21. Precisamos de um upgrade”. Fazer lobby é muito lucrativo, Obama vai pisar no pé de big guys, mas é agora ou nunca, né?

Outra questão delicada onde Obama permanece calmo é o casamento gay. Ele não estabelece relações simplistas entre grupos (“Porque é fácil cair em um concurso sobre vitimização”, diz) mas acredita em uniões civis que garantam todos os direitos. Assim, mesmo que a sociedade ainda tenha problemas em aceitar isso – por questões variadas – já há um consenso, pelo menos, no que diz respeito a coisas como benefícios de seguro social e visitas em hospitais. Com esse consenso crescendo, logo logo o restante muda. A cultura está mudando.

Barack Obama está se saindo o pai do otimismo. Ele acredita no povo norte-americano mais que o próprio povo talvez. Mas é que, pela primeira vez em tempos, querem saber mais para onde o presidente vai levar o país do que querem saber sobre “o” presidente, e sua vida e blá blá blá. Acho incrível isso. Eu tirei meu título de eleitor no dia seguinte ao meu aniversário de 16 anos e tenho soltado suspiros atrás da urna eletrônica quando percebo que estou votando no candidato menos pior. Quero um Obama aqui. Eu super votaria nele.

Para ouvir depois de ler: Bruce Springsteen - The Rising

Um comentário:

Fala, Garoto! disse...

Queremos um Obama! Abs ;-)